Saúde mental e o trabalho policial: resultado do levantamento de dados na Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso. Por Paulo Guilherme Santos Chaves, Patrícia Luíza Costa y Tânia Maria Oliveira Alves.

Resumo
A Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso- DEPI/MG foi criada em 1997 com o propósito de atender ao idoso vítima de maus-tratos. Como a DEPI/MG só existem no Brasil outra três Unidades Policiais que têm como foco o idoso como vítima: uma situa-se em São Paulo, outra no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, porém, com objetivos diferenciados da Delegacia de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais. Trata-se de uma unidade policial especializada, devido ao seu caráter de atendimento direcionado a um público específico. Infelizmente, embora na vanguarda – foi a segunda unidade nesse porte, criada no Brasil – os policiais designados para atuarem nessa Delegacia não foram submetidos a algum tipo de capacitação, ou mesmo treinamento. Como desde meados de 2000 iniciou-se um trabalho de levantamento de dados nessa DEPI/MG, objetivando observar a dinâmica interna e, futuramente indicar possíveis mudanças organizacionais e intervenções, a equipe de pesquisadores preocupados com os públicos externo e interno, demandou o levantamento sobre a saúde mental dos trabalhadores da polícia civil na DEPI/MG. Esse artigo apresenta o resultado desse levantamento de dados que foi primeiramente aplicado num período inicial de mudanças internas na DEPI/MG e, um ano depois, numa fase de gestão transacional.

Palavra-chave: Saúde mental; Polícia Civil; Idoso; Violência contra o idoso.

Summary

The Specialized Police Station of Protection to the Elder- DEPI/MG was created in 1997 with the intention to take care of the Elder victim of mistreatment. As the DEPI/MG alone exists in Brazil another one three Police Units that have as focus to the Elder as victim: one is placed in São Paulo, another one in Rio De Janeiro and the other one in Rio Grande do Sul, however, with differentiated objectives of the Police station of Belo Horizonte, capital of the State of Minas Gerais. This one, which had to its character of attendance focus in a specific public, on this case, the Elder. Unhappyly, even so in the vanguard – it was the second unit in this way, created in Brazil – the assigned policemen to act in this Police station had not been submitted to some type qualification, or same training. As since data-collection middles of 2000 a work in this DEPI/MG was initiated, having objectified to observe internal dynamics and, look for the future to indicate possible organizational changes and interventions, the team of researchers worried about the public external and internal, demanded the survey of the mental health of the workers of the civil police in the DEPI/MG. This article presents the outcomes of this data-collecting that first was applied in an initial period of internal changes in the DEPI/MG and, one year later, in a phase of transational management.

Key word : Mental health; Civil Police; Elder; Elder Abuse.

1 INTRODUÇÃO

Vanagunas (26:47) ao considerar a polícia como um serviço social registrou a estatística de que um quinto das solicitações de serviço policial se referem a eventos relacionados a crimes, no capítulo que trata sobre o planejamento dos serviços sociais policiais urbanos. Dessa forma tem-se que os problemas que indiretamente envolvam crimes são os mais freqüentes e, portanto, mais importantes. As solicitações de serviços à polícia, ainda segundo Vanagunas, mesmo não relacionadas a crimes são as que envolvem conflito, bastante carregadas emocionalmente, e solucioná-las "requer perícia e controle do temperamento por parte dos policiais, exigências bem diversas daquelas requeridas para lidar com a maioria dos incidentes relacionados a crimes".(26:47)

Considerando essa avaliação feita por Vanagunas ao observar a polícia norte-americana e, cientes do escasso número de pesquisas voltadas para esse campo no Brasil, pensou-se em avaliar o trabalho realizado por uma unidade policial denominada ‘especializada’ – pelo caráter de seu atendimento – e, por conseguinte, observar a sua dinâmica interna, determinando, em conjunto aos seus atores, intervenções para possíveis mudanças organizacionais, se os resultados dos levantamentos assim demandassem. Escolheu-se a Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso- DEPI/MG, primeiro porque é uma das únicas no Brasil (há três outras: em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul), muito embora com características bem distintas da existente em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais. Segundo, porque ela atende a uma população, que há época, meados de 2000, não possuía uma legislação específica que a salva-guardasse dos delitos criminais que lhe fosse cometido. E por último, porque ela atua como serviço policial tanto quanto como uma "polícia como um serviço social." (26:47)

O ano de 2000 foi, na verdade, um ano profícuo no que concerne aos levantamentos de dados sobre o trabalho que as forças policiais estaduais, militar e civil, realizavam. Foi o ano de implementação do Plano Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, em que se iniciou o processo de descentralização de recursos do Governo Federal para, em conjunto com os Estados, reduzir, em um curto espaço de tempo, os alarmantes índices de criminalidade que assolavam o país. Na tentativa de fazer frente à crescente e preocupante onda de criminalidade, alimentada por diversos fatores, dentre os quais destacavam-se os de ordem social e econômica, os Estados enviaram propostas de Planos Estaduais de Segurança Pública ao Ministério da Justiça. As demandas eram enormes e, sobretudo, estruturais. Como o objetivo do plano de ações do Governo Federal era o de aperfeiçoar o sistema de segurança pública brasileiro, por meio de propostas que integrassem as políticas de segurança, políticas sociais e ações comunitárias, de forma a reprimir e prevenir o crime e reduzir a impunidade, aumentando a segurança e a tranqüilidade do cidadão brasileiro, em junho de 2000, as coordenações dos trabalhos de pesquisa realizadas na DEPI/MG demandaram ao Setor de Psicologia da Academia de Polícia Civil de Minas Gerais- ACADEPOL, um levantamento sobre a saúde dos trabalhadores da Polícia Civil de Minas Gerais, especificamente, dos servidores que atuavam na DEPI/MG. Observa-se, nessa passagem histórica, a ratificação de alguns dos resultados obtidos por Monjardet ao realizar suas pesquisas sobre os trabalhos executados pelas polícias francesas e norte-americanas, quando identificou que o chamado "poder" que pressiona a ação policial diante de conflitos sociais intensos é, por sua vez pressionado pela polícia nas suas reivindicações materiais. A polícia como instituição é uma ferramenta nas mãos da autoridade política para empregar a força, quando esta se revela necessária para fazer aplicar ou respeitar a lei. (22)

De certa forma, compreende-se a criação de Unidades Policiais Especializadas, pelo menos no tocante ao Estado de Minas Gerais, e cita-se como exemplo a própria DEPI/MG, como uma forma de atender a uma demanda política, não compartilhada com policiais que atuam no atendimento ao público que se destina, afinal, eles não são preparados para prestar esse tipo de serviço, diferenciado, mais voltado para o campo social.

Dessa feita, os primeiros dados obtidos pelos pesquisadores no processo observacional da dinâmica interna na DEPI/MG indicavam a necessidade de se elaborar um curso que pudesse, a partir de uma abordagem transdisciplinar, fornecer conhecimentos básicos, nos níveis morfológicos, clínicos, psicológicos, fisioterapêuticos, para a capacitação de agentes de polícia, na área de gerontologia e comportamento. Esse indicador serviria como um processo de relevância para os valores sociais básicos, conforme comentam os estudiosos sobre a dinâmica policial. (18:95).

O Setor de Psicologia da ACADEPOL houvera realizado esse mesmo levantamento na Corregedoria-Geral da Polícia Civil e no Departamento Estadual de Operações Especiais-DEOESP, assim como nos discentes de alguns cursos realizados pela própria Academia de Polícia Civil, tais como: Curso de Aperfeiçoamento Policial; Curso Vida Nova; Curso de Chefia Policial. O objetivo desse levantamento é pesquisar mais detalhadamente a saúde mental dos servidores policiais de modo a favorecer na possível mudança nos processos produtivos e construção de relações mais saudáveis de trabalho.

Sabe-se "a priori" que o contexto organizacional decorrente do cotidiano do trabalho tem estreita relação e reflexo no interior das pessoas, ou seja, em seu aparelho psíquico. Portanto, fazia-se necessário promover um maior conhecimento dos dados gerais dos policiais da DEPI/MG, das questões concernentes à estrutura e organização do trabalho, das atividades exercidas fora do ambiente do trabalho, dentre outros. Sem o conhecimento da atividade laboral e sua dinamicidade tornavam-se impossível compreender as vivências subjetivas e intersubjetivas pelas quais embasam a estrutura e o comportamento do policial. Mediante o diagnóstico é que se poderia propor alternativas e/ou ações para maximizar a melhoria das relações interpessoais, a motivação, a produtividade, dentre outras ações de intervenções.

Só em novembro de 2002 conseguiu-se viabilizar condições financeiras junto a Secretaria Nacional de Segurança Pública-SENASP (8) para que o Curso de Gerontologia Aplicada aos Agentes Policiais Civis, lotados na DEPI/MG se realizasse e, portanto, pudesse ser efetuado o levantamento sobre a saúde mental do policial que atuava naquela Unidade Policial.

Pensou-se, em princípio, na execução tanto do projeto do curso, quanto do levantamento sobre a questão da saúde mental, ‘in loco’, porém, observando-se as condições das instalações físicas da Unidade Policial e em consenso com a Chefia Imediata da DEPI/MG, viu-se a inviabilidade desse procedimento. Como o processo de avaliação da dinâmica interna nessa Unidade Policial encontrava-se em franca expansão, decidiu-se, mais uma vez em conjunto, dividir os funcionários lotados na DEPI/MG em duas turmas. A primeira turma submeter-se-ia ao curso e ao levantamento sobre saúde mental no ano de 2002 e a segunda, em 2003. A Chefia Imediata da Unidade Policial responsabilizar-se-ia pela seleção dos servidores que participariam da 1ª turma, considerando-se, prioritariamente, a necessidade de se manter os serviços na Unidade Policial, que durante 10 (dez) dias – a carga horária do curso é de 40 (quarenta) horas-aula, distribuídas no turno da tarde e realizado no campus da ACADEPOL – o staff da Unidade Policial se manteria reduzido.

Quanto à turma 2, a indicação concretizar-se-ia somente no ano de 2003, uma vez que já se previa algumas mudanças de pessoal, diante da favorabilidade das alterações comportamentais sentidas, como resultantes das pequenas intervenções indicadas e acatadas pelos servidores da DEPI/MG, realizadas até a realização da 1ª turma, com vistas a mais mudanças.

Há ainda uma grande resistência quanto às mudanças estruturais e procedimentais que devem ser implantadas, mas, os pesquisadores que atuam nesse campo específico, optaram por utilizar a estratégica de sinalizaram aos policiais sobre as necessidades de alterações comportamentais de modo paulatino e apresentando-lhes os resultados dos trabalhos e dos levantamentos efetuados. Sabe-se que esse percurso é muito mais lento e árduo, porém, conquistando-se a cumplicidade e a credibilidade dos atores que atuam nesse cenário, poder-se-á obter o auxílio necessário à implantação de fluxogramas consistentes, com a perspectiva de obtenção de resultados mais próximos à realidade do trabalho policial.

2 METODOLOGIA

O questionário, elaborado por Antunes (1), da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas- FAFICH, da Universidade Federal de Minas Gerais- UFMG, contém 92 (noventa e duas) perguntas que foram agrupadas em 04 (quatro) estágios . O questionário independe de identificação, sendo livre a opção de preenchimento, ou não, por parte do entrevistado.

O primeiro estágio do questionário aborda os "dados gerais dos policiais" e foi dividido em 06 (seis) sub-itens:
a) sexo.
b) Setor onde trabalho.
c) Posto de trabalho atual.
d) Tempo de serviço na Polícia Civil.
e) Tempo que trabalha na área atual.
f) Escolaridade.

O segundo investiga as "questões gerais sobre o trabalho" e as 31 (trinta e uma) questões levantadas foram agrupadas em 06 (seis) sub-itens, a saber:
a) horário de trabalho.
b) Salário.
c) Ergonomia.
d) Recursos materiais e acidentes de trabalho.
e) Auto-avaliação/ motivação.
f) Dinâmica organizacional.

O terceiro estágio aborda o "estado geral de saúde dos servidores" e finalmente, no quarto avalia-se as "questões gerais sobre as atividades exercidas fora do ambiente do trabalho."

O levantamento dos dados foi feito somando-se o total dos resultados apurados em cada resposta, totalizando o número de servidores que responderam a pesquisa.

O questionário sobre a saúde dos trabalhadores da Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso- DEPI/MG foi aplicado em 10 de novembro de 2003 (1). Como ocorrera em 2002, reservou-se duas horas-aula, de 50min cada, dentro da grade curricular do Curso de Gerontologia aplicada aos Agentes Policiais Civis para a aplicação do questionário aos servidores da DEPI/MG, que freqüentaram ao curso como discentes.

A coordenação do setor de Psicologia da ACADEPOL foi quem empregou os levantamentos nos anos de 2002 e 2003. Mesmo sabendo que os discentes estavam conscientes dos trabalhos de pesquisas que têm sido realizados na DEPI/MG, a equipe de profissionais, pesquisadores + coordenação, teve o cuidado de dirimir todas as possíveis dúvidas que pudessem surgir no decorrer do preenchimento do questionário. Utilizou-se, então, da seguinte didática:

1. Optou-se por aulas geminadas, dessa forma, o primeiro tempo foi utilizado para uma aula expositiva. Nesse momento fez-se a apresentação do questionário ao público-alvo, pontuando-se e esclarecendo-se as seguintes indagações:
a) Porque a DEPI/MG foi escolhida para a realização deste levantamento sobre a saúde dos trabalhadores da Polícia Civil?
b) Outras unidades da Polícia Civil submeteram-se a esse questionário? Quais?
c) Esse instrumento de medida, denominado questionário, é composto por quantas perguntas no total. Elas são subdivididas de que maneira?
d) É obrigatória a participação de todos?
e) É preciso se identificar?
f) Qual é o objetivo desse questionário?
2. No segundo tempo aplicou-se o questionário, recolhendo-o ao término da aula.

3 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS RESULTADOS DE 2002 E 2003

O primeiro levantamento sobre a saúde dos trabalhadores da DEPI/MG foi realizado em novembro de 2002. Há época foram aplicados 13 (treze) questionários, número total de alunos que participaram do Curso de Gerontologia aplicada aos Agentes Policiais Civis.

Um ano depois, o módulo II do mesmo curso permitiu que o restante dos servidores que atuam na DEPI/MG, ou seja, 10 alunos, pudessem responder ao mesmo questionário que foi aplicado aos seus colegas no ano de 2002.

Far-se-á uma correlação entre as duas turmas, destacando-se os pontos em comuns bem como, as divergências que foram apontadas.

Na turma de 2002 houve uma diversidade de carreiras estritamente p
oliciais atuando como discentes no curso: Delegado de Polícia; Escrivão de Polícia, Detetive, Estagiário (Psicólogo) e Funcionário Administrativo (Técnico em Enfermagem), divergindo da 2ª turma em que todos pertenciam à carreira de Detetive. Embora exista essa diferença a 1ª turma possuía maior número de integrantes pertencentes ao sexo masculino, 60%.

A média de tempo de serviço estritamente policial segue a mesma escala, ou seja, entre 07 e 08 anos, porém, a turma de alunos do ano de 2002 atua na DEPI/MG há mais tempo, em média 02 anos. Em 2003, a média é de 01 ano de prestação de serviços na DEPI/MG.

O nível de escolaridade mantém o mesmo ‘score’, ou seja, 60% possui nível médio de escolaridade e o restante, nível superior.

As duas turmas apresentam um índice percentual idêntico quanto ao tópico horário integral, sendo que 40% fazem o horário noturno de trabalho.

O salário, em ambas as turmas, é avaliado como abaixo do que realizam profissionalmente, levando-se em conta a periculosidade e a responsabilidade inerente à função policial.

De igual modo, o espaço físico é citado como insatisfatório pelas duas turmas. Realmente, dos levantamentos efetuados pelos pesquisadores, um deles verteu-se exclusivamente à questão da ergonomia na DEPI/MG. Observou-se, à época, que embora tendo sido alertada sobre a existência da lei nº 11.666/94 que determina as regras, de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT (2), para os locais de atendimento ao público idoso e deficiente físico quanto aos tópicos "circulações horizontais" e "rampas", os dirigentes da DEPI/MG realizaram algumas mudanças arquitetônicas que facilitaram o acesso do público externo à Unidade Policial, preocupando-se muito pouco com as condições de atuação do público interno, mesmo sabendo que o local não é propício para o atendimento dessa minoria social.

As duas turmas consideraram o sistema informatizado como falho impedindo sua plena utilização. Na verdade, pôde-se notar, ‘in loco’ pelos pesquisadores, a existência de um número reduzido de computadores para o registro de dados, nenhum deles ligados em rede e, todos, três ao todo, contendo recursos eletrônicos insatisfatórios. E, diga-se de passagem, um dos três computadores foi conseguido como doação pelos pesquisadores. Na verdade o descaso com o registro de dados na polícia é cultural. Poder-se-ia explicar esse fato considerando-se três abordagens:
a) As fontes de opacidade e inércia mencionadas por Monjardet (22), que auxiliam na cobertura de algumas ações policiais e, que geram, automaticamente, a organização burocrática da não-responsabilidade.
b) A quase paranóica desconfiança policial, segundo Bittner (3). Há na verdade, uma forte aversão da polícia em ter seus trabalhos observados por pessoas de fora da polícia e em reconhecer qualquer problema interno que seja. Isso não é prerrogativa exclusiva da polícia brasileira, mineira, e sim, de toda e qualquer organização policial no mundo. Para o policial uma vez mantida a informação em suporte eletrônico, "qualquer um" poderá acessar os dados e, portanto, utilizar essa informação como forma de pressão, sabotagens, entre outros acontecimentos.
c) Mais uma vez concordando com Bittner (3), o baixo valor, a baixa importância e o desconhecimento da complexidade do trabalho policial rotineiro e cotidiano pelos próprios policiais.
Mas deve-se incluir aí dois outros aspectos:
1) A ineficácia e a ineficiência dos gestores da segurança pública, em reivindicar suas necessidades materiais pautadas em planejamentos orçamentários, financeiros e metas.
2) A crença por parte dos policiais de que o papel da polícia concentra-se, exclusivamente, no policiamento investigativo e criminal, sendo, portanto, de menor valia e não de polícia, o trabalho de registro das operações policiais.

Os acidentes de trabalho também são pouco freqüentes, embora, os equipamentos de proteção individual sejam apontados como obsoletos e ruins.

Na auto-avaliação e/ou motivação há consenso entre as duas turmas no que se refere ao medo de errar. Eles demonstram esse medo pelo fato de que sofrerem conseqüências, não só na queda da qualidade do trabalho como na criação de um clima ruim entre os colegas e também, como a chefia. Em ambos os casos, apesar das dificuldades apontadas, eles estão satisfeitos exercendo as funções de profissionais de segurança pública.

Observou-se que na turma 1, a de 2002, quanto à dinâmica organizacional, os discentes apontavam pela necessidade de se alterar a rotina de trabalho, já na turma 2, a de 2003, viu-se que houve alterações de rotinas, embora sensíveis, mas que resultaram numa melhoria da qualidade de vida dos funcionários na DEPI/MG.(16)

Quanto à saúde do servidor, ambas as turmas dizem que gozam de boa e/ou ótima saúde. Ao se levantar a sintomatologia que eles apontam com relativa freqüência, observa-se que sofrem um desgaste psicológico grande, necessitando de uma assistência mais próxima e efetiva dos setores responsáveis pela saúde dos funcionários.

Ao avaliar as atividades exercidas fora do ambiente de trabalho, notou-se que a turma 1 tem mais tempo para as atividades de lazer (85%) que a turma 2 (30%). Ambas ficam com a família nas horas de folga, só que na turma 1 há maior participação da família nas atividades sociais.

A quase totalidade dos que responderam ao questionário tem religião e dizem que ela os ajuda no enfretamento das dificuldades cotidianas, de trabalho e pessoal. Da mesma forma, há, pode se dizer, unanimidade quanto à projeção do futuro, ou seja, só um aluno pertencente à turma 2 não faz planos para o futuro.

4 DISCUSSÃO

A gestão do trabalho é cada vez mais relevante na área da psicologia do trabalho. Os aspectos emocionais e psicológicos estão intimamente ligados ao exercício profissional, à dinâmica organizacional e aos processos produtivos. Nessa inter-relação surgem reflexos dentro da própria organização e na estrutura psicológica do trabalhador. Por isso, há necessidade também de uma abordagem sociológica no sentido de não desvincular o homem do social, uma vez que ele se constrói em relação e o trabalho é parte fundamental desta construção. A atividade do trabalho, a sua dinamicidade, é parte fundamental da compreensão do homem como um ser social, produtivo e portador de emoções que são vivenciadas e externadas em tudo que faz ou produz.

Dentro deste contexto, nota-se que as duas turmas têm mais convergências que divergências nas respostas que deram ao questionário. Assim eles divergem na pluralidade do número de cargos representativos por turma, conforme mencionado no tópico 4 deste artigo. Há que se considerar que uma Unidade Policial (20) compõe-se das seguintes carreiras policiais civis:
a) Delegado de Polícia – Responsável pela administração geral da Unidade Policial. Obrigatoriamente possui nível de escolaridade superior, no campo do Direito.
b) Escrivão de Polícia – Responsável pela escrituração cartorária da Unidade Policial. Exige-se para ocupação deste posto de trabalho o nível médio de escolaridade, porém, sabe-se, empiricamente, que grande parte dos escrivães de polícia já possuem nível superior de escolaridade, distribuídos aleatoriamente, nos campos do conhecimento do direito, psicologia, sociologia e história.
c) Detetive – Profissional da segurança pública responsável pela coleta das provas materiais da história ‘criminis’. Assim como para o de Escrivão de Polícia, exige-se para este cargo o nível médio de escolaridade, porém, há um grande número de detetives portadores do
nível superior de escolaridade, particularmente no campo do Direito.
d) Funcionários administrativos – Não se encontram classificados dentre as carreiras policiais. São servidores públicos estaduais e/ou municipais que auxiliam nos trabalhos de escrituração, serviços gerais e administrativos.
e) Voluntários e estagiários – Trata-se de mão-de-obra contratada para esse fim, que também auxilia nos trabalhos de escrituração, atendimento e encaminhamento social e psicológico.

O número de servidores policiais com 01 (um) ano de serviço na DEPI/MG é maior na turma 2, demonstrando que houve alteração no quadro de servidores que prestam serviço nessa Unidade Policial e, que talvez, eles tenham sido designados de modo mais consciente e consistente para a atuação nessa Especializada.

Já os pontos que convergem merecem destaque os abaixo relacionados:

a) O horário de trabalho, tempo de serviço na Polícia Civil, percentual de policiais do sexo feminino e masculino e nível de escolaridade.

Há que se abrir um parêntese nesse tópico no que se refere ao horário de trabalho integral e aos trabalhos noturnos. A Lei Orgânica da Polícia Civil de Minas Gerais (20) estabelece que o trabalho do policial é integral, sem especificar que se trata de 40 (quarenta) horas semanais. Essa não especificação permite uma leitura para as chefias autocráticas, muito encontradas na Polícia Civil, de que o trabalho policial deve ser realizado nas 24 (vinte e quatro) horas do dia, ou seja, a qualquer momento um policial poderá ser chamado, mesmo na folga, para atuar como agente de segurança pública. Talvez isso explique os motivos pelos quais tenha sido notado um alto índice percentual de policiais que têm como lazer o "estar com a família". Realmente não há tempo de lazer, se considerarmos 24 (vinte e quatro) horas de trabalho policial.

b) Mesmas queixas no que concerne ao baixo salário, fragilidade do sistema informatizado de informação e equipamentos de proteção individual, além do reduzido espaço físico da DEPI/MG para a realização das atividades a que ela se propõe.

Monjardet (22:153) obteve esses mesmos resultados ao pesquisar os policiais franceses e norte-americanos. Monjardet (22:152-157), observou que a intensidade dos conflitos sociais e dos problemas de ordem pública produz condições as quais o poder recorre às forças policiais e, é nesse momento que se erguem às reivindicações materiais, tudo muito parecido com o que vem ocorrendo com o Brasil atual. A Secretaria Nacional de Segurança Pública criada pelo Ministério da Justiça tenta, desde o ano de 2000, criar condições favoráveis de trabalho para as corporações policiais, inclusive sob o aspecto da integração das forças. Investe-se em projetos de capacitação e melhoria das condições materiais, sem antes mesmo existir uma diretriz com metas a curto, médio e longo prazo.

c) O estilo de gerenciamento bem como a cobrança dos colegas e da chefia imediata, o fazer tudo com pressa, a constante interrupção do trabalho levam ao medo de errar e a vivenciarem situações estressantes, aliada à função de risco pela qual vivenciam diariamente nas várias situações de trabalho.

Bittner (3:255-257) cita Bayley identificando não menos do que vinte campos de atividade para as polícias da Europa Ocidental e norte-americana e cada um compreendendo suas próprias complexidades. Nessa lista o policiamento investigativo e criminal aparece como sendo uma das atividades prioritárias entre as funções que a polícia exerce, mesmo assim, os policiais julgam como mais importante capturar criminosos que resolverem brigas domésticas. Melhor dizendo, conforme o que foi apurado nos questionários, ser polícia é atuar de modo operacional e não administrativamente. Operacional significa estar no "front", na linha de fogo capturando "bandidos". O medo de errar está intimamente ligado à não preparação para a tomada de decisão adequada e ao desconhecimento de algumas regras que, na verdade, nem a chefia imediata, intermediária ou mesmo superior, sabe quais sejam. Mais uma vez citando Bittner (3:332) há uma passagem muito interessante que serve para ilustrar essa argumentação:
"Os professores aprendem como educar, os padres como atender às necessidades espirituais, os assistentes sociais como auxiliar as pessoas com problemas. Todos eles devem utilizar os princípios que aprenderam, exercer julgamento ao coloca-los em uso e, por meio da prática, aumentar cada vez mais sua habilidade. Os policiais, entretanto, são treinados para seguir instruções, e isso é feito mesmo quando se sabe que deles vai ser exigida a realização de coisas pra as quais não existem instruções. Mas essas atividades não ensinadas são mantidas com tal desdém, que não é considerada necessária nenhuma preparação para o engajamento nelas. (…) Consideremos o que acontece quando um policial, ao usar sua arma, mata ou fere alguém. Quase que invariavelmente, são realizados inquéritos para determinar se o policial envolvido pode ser civil ou criminalmente responsabilizado pelo ato. (…) e é necessário que se caminhe em direção ao reconhecimento de que tratar com um jovem insolente e desrespeitoso, resolver uma briga doméstica potencialmente grave, convencer um seqüestrador a libertar seu refém, prender um delinqüente, etc., cada uma de sua maneira, são atividades tão difíceis como ensinar álgebra a um aluno do primeiro colegial, lidar com um penitente religioso ou ajudar uma viúva com distúrbios mentais. Cada uma dessas atividades envolve o uso de conhecimento, habilidade e julgamento."

A DEPI/MG não poderia fugir a essa regra porque só há dois anos vem treinando os seus servidores para um atendimento especializado, porém, ainda se concentra no tópico resistência às mudanças a não implantação de rotinas de trabalho voltadas para o objeto da DEPI/MG. Isso também impede o uso adequado de procedimentos padronizados e o correto arquivamento desses dados, que facilitariam a rápida obtenção de respostas às buscas das informações concernentes ao trabalho policial, mesmo com as falhas apontadas pelos entrevistados no sistema informatizado.

5 CONCLUSÃO

Os policiais da DEPI/MG acreditam, no contexto da análise de todas as respostas do questionário, que trabalham em equipe e, portanto, têm certa flexibilidade para mudar os processos de trabalho, o que de certa forma, minimiza o risco do sofrimento psíquico. Porém, não se pode negar a necessidade de auxílio no campo dos recursos humanos para um melhor desempenho das suas atividades, tanto profissionais quanto pessoais. A energia vital que eles dispõem para fazerem planos para o futuro, aliado ao gostar de ser ‘polícia’, são fatores imprescindíveis à otimização de ações que promovam o aprimoramento pessoal e profissional dos servidores da DEPI/MG. Apesar de apresentarem pouco tempo de atuação nessa DEPI/MG constatado no levantamento sobre a saúde mental dos trabalhadores da Polícia Civil, 80% dessa amostragem, já atuou como policial em outras Unidades Policiais, portanto, já trazem uma bagagem sobre o trabalho de polícia. O conhecimento obtido na Academia de Polícia Civil ao ingressarem na carreira policial, na maioria dos casos, representa 30% das aplicações no serviço rotineiro e cotidiano, os 70% restante foi obtido de modo empírico e, em muitos casos, de forma dolorosa, como perda de parceiros, perda da família e até, perda da própria vida. É essa nova bagagem, altamente pautada no empírico, que transforma o policial num ser desconfiado e temeroso em tomar decisões que possam implicar-lhe a perda do seu pseudo poder.

Não que o conhecimento concentrado na escola de polícia, fixado na multidisciplinaridade e no academicism
o esteja incorreto. Porém, nos dois casos falta-lhes coerência. O equilíbrio entre o empírico e o teórico é que dá a liga nesse processo, transformando esse sujeito em cidadão do mundo, capaz de interagir e de se posicionar como ser pensante, tão importante quanto às outras profissões e tão capaz quanto os demais seres humanos.

Certo é que o policial aprende durante o período que se encontra na ‘lida’ do dia-a-dia – após o período que passa pela Escola de Polícia, em Minas Gerais, a Academia de Polícia e o tempo legal de estágio (03 anos) – que o verdadeiro trabalho de polícia concentra-se na captura de criminosos e, portanto, de nada resolve a burocracia da papelada. Observa-se, como resultante dos levantamentos, que o policial é aquele sujeito dotado de uma memória capaz de registrar todos os fatos e eventos de risco vinculados à profissão, sem, jamais, esquecer-se do que lhe interessa. Nesse momento há o registro do que ele deduz que seja importante, pelo menos, é o que ocorre na DEPI/MG. É aí que reside a baixa auto-estima, comprovada nos levantamentos de dados sobre as expectativas dos policiais, tanto dos dados obtidos pelo setor de psicologia da Academia de Polícia Civil, desde os idos anos de 1979 quanto pelos registros contidos na obra de Monjardet, porque ali não se encontram respostas para questionamentos, tais como: É possível mensurar esse tipo de conhecimento e competência? Há que se ter vocação para essa profissão? Quem seleciona esse pessoal? É necessário ter um dom especial para a ‘coisa’?

Ele, na verdade, o policial, não consegue sair do ‘estar’ Indivíduo e transformar-se em ‘ser’ Sujeito, fechando-se no seu universo, e, portando, sendo incompreendido, com suas próprias leis, seus próprios códigos. O contato com o mundo, se assim, pode-se dizer, faz com que o policial se torne, realmente, um ser diferente dos demais, que necessita de acompanhamento bio-geronto-psicossocial e de diretrizes que possam nortear o seu caminho de maneira eficaz, eficiente e coerente com a realidade.

6. LOS AUTORES:

1  Paulo Guilherme Santos Chaves: Bacharel em Fisioterapia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. Especialista em Geriatria e Gerontologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Responsável pelo projeto de Qualidade de Vida do Centro de Apoio e Convivência-CAC, em Belo Horizonte. Responsável técnico-científico pelo Curso de Gerontologia aplicada ao Agente Policial Civil realizado pela Academia de Polícia Civil de Minas Gerais, em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública-SENASP e o Hospital Espírita André Luiz-HEAL. Responsável pelo Projeto de Violência Doméstica contra o Idoso, realizado na Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso-DEPI, de Belo Horizonte, Minas Gerais. Professor-orientador de monografias do Curso de Pós-graduação "Lato Sensu" – Especialização em Criminologia, da PUCMINAS-ACADEPOL/MG.
2  Patrícia Luíza Costa: Bacharel em Química pela UFMG. Especialista em Fonética da Língua Inglesa pela UEMG. Mestre em Administração pela FGV. Doutora em Química Analítica pela UNICAMP. Pertence ao quadro da Polícia Civil de Minas Gerais. Atua na Divisão Psicopedagógica da Academia de Polícia Civil de Minas Gerais.
3  Tânia Maria Oliveira Alves: Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais-PUCMINAS, pós-graduada em Psicologia Organizacional e do Trabalho; em Psicologia Clínica. Pós-graduação em Administração de Recursos Humanos. Coordenadora do Setor de Psicologia e professora da Academia de Polícia Civil de Minas Gerais.

7. BIBLIOGRAFIA

1. ANTUNES, Maria Elizabeth Lima. Questionário: levantamento sobre a saúde dos trabalhadores da polícia civil. Belo Horizonte: FAFICH/UFMG, 2002 (manusc.)

2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS-ABNT, Rio de Janeiro. Normas ABNT sobre documentação. Rio de Janeiro, 2001.

3. BITTNER, Egon. Aspectos do trabalho policial. São Paulo: Edusp, 2002.

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